sábado, 23 de julho de 2011

Segredos de Garotos.


Eu nunca tinha revelado a Marcelo o desejo que eu sentia por ele. Talvez porque nem eu mesmo estava disposto a aceitar, o que mudou com o tempo. Nos conhecemos e logo pegamos uma amizade sincera e para um freqüentar a casa do outro, foi um pulo. Passávamos tardes a fio nos divertindo como dois adolescentes em plena erupção dos hormônios, trancados no quarto, folheando revistas de mulher pelada, aprendendo na prática o gosto do prazer. Mas cada um na sua, lógico, como dois machos tem que ser. Quase sempre, depois disso, íamos jogar bola. Entretanto, não era só a imagem daquelas mulheres que me faziam chegar ao êxtase, mas também o corpo de Marcelo, o cheiro de Marcelo, todo o carinho que eu sentia pelo meu camarada. Comecei a aceitar aquilo e me deparava pensando nas possibilidades noites adentro.
Depois de um jogo, num fim de tarde, fomos para minha casa, ele dormiria lá. Foi um ato de loucura, eu sei, mas enquanto ele tomava banho, cheirei as roupas suadas que ele tinha usado para o jogo da tarde. Um arrepio atravessou o meu corpo e milhares de sensações a cada segundo em que aspirei o cheiro do meu amigo. Algumas horas depois, tudo certo, eu estava deitado na minha cama e ele, no colchão no chão, puro clichê. Desci a minha mão e pude tocar sua barriga sarada pela primeira vez. Medo, tesão, vergonha, impulso, tudo vinha a todo momento e com o silencio consentido dele, deslizei a mão. Olhava fixamente para o teto, passeava por sua virilha, até alcançar o tão sonhado objeto dos meus devaneios. Mãos, bocas, toques, abraços, peso, dominação e a briga pelo prazer. Gozo. Caímos exaustos em sono profundo.

- Bem cara, vou indo. Talvez no final de semana eu apareça por aqui de novo.

- Beleza, velho.

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