domingo, 10 de julho de 2011

Palavras.


A única coisa de que me lembro é que nós estávamos na sala, sentados no tapete que mais parecia algodão ao se pisar. Ele estava sem camisa e a luz de fim de tarde que adentrava pela fina cortina que cobria parcialmente a janela da sala, o deixava muito sexy e ao mesmo tempo o transformava numa criatura sem malícia, era algo surreal. Se, por uns flashes de poucos segundos me dava tesão, aquela imagem despertava em mim algo muito mais além da carne.
Ele me olhava com um sorriso tão doce que os meus instintos responderam àquele estímulo, esboçando outro sorriso que, meus próprios instintos, o tornavam inegavelmente sincero. O toque de suas mãos me ensinava tal linguagem que me instigara a curiosidade. As primeiras vogais, letras e até mesmo uma palavra: Sempre – me disse o significado depois de eu ter acabado de repetir os gestos. Um momento tocante ali se deu assim que acabei de terminar a tal palavra, ele se aproximou mais um pouco e ficou a explorar minha mão esquerda com a dele. As sensações que aquele toque inocente me transmitia, eu posso ilustrar como uma bagunça de sabores e texturas que nunca havia provado antes, e, com todos aqueles carinhos em minha mão canhota, ele me ensinava mais letras e palavras.

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