terça-feira, 5 de julho de 2011

Bater: Falsa Coroa.

Eu me fiz acreditar, criança tola. Olhando-se para o espelho agora, o que vês? Mas antes de começar, dispa-se do véu opaco da vaidade da sua individualidade, olhe-se com olhos de outrem. O que vês? Vês a tua estatura baixa, teu cabelo duro e teus olhos de cachorro morto. Por tanto, tire essa coroa de plástico que enfeita essa tua cabeça grande, cuja mesma coroa, julgas ser de ouro maciço; não é, ela quebra, é plástico, dos mais vagabundos. Aconselho-te também a quebrar esse pedestal de barro que exibes, pensando ser mármore. Ah, e teu preço é baixo. Se não compras nada, é porque pedes mais do que tu podes pagar. Não viu o casaco de pele de grife? Só estava no teu corpo por ser defeituoso, caso contrário, não irias nem poder tocá-lo. Caia na real, meu bem, hoje é lei de oferta e demanda, compra e venda, até os próprios sentimentos estão expostos em vitrines; portanto, não chore a sua solidão, não grite por socorro, porque sei que você é de escolher a dedo. Cuidado na hora de apontar.
[...]
E não me venha com réplicas, meu papel é bater. Você escolhe se abraça a dor ou vira as costas.

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