À minha infância, fiz planos,
Ao resto, os refiz.
Eu sonhei, sim, com uma força acima do normal,
Desejei também os resultados,
Eles não vieram, sabe?
A caminhada acabara por me revelar tantas outras,
Descobri que minhas pernas não são tão resistentes
E que a subida é árdua demais,
E além do que, descobri que não sou divindade,
E sim, mais um de carne e osso a compor a multidão.
Faz diferença?
Talvez...
Deparei-me com os materiais do pôr-do-sol,
E com borboletas, já secas, em decorações sem bom-gosto,
"O amor não é absoluto, temos que o fazer crescer por entre as rachaduras"
Expremi de algum lugar, quiçá agora mesmo.
Certa vez ouvi o "amargo" me nomear,
Não os culpo, a vida clama pelo verde,
Mas para quem atravessou um mar de pedras a nado nu,
E deixou para trás aquela pasta de desenhos no meio do nada,
O amargo não seja tão ruim, afinal ainda há um sabor ao chegar às rochas,
Sabor este que me baba a pele nua, ao redescobrir minha própria nudez.
Dentre os meus traços exacerbadamente humanizados, há um bicho.
Eu afirmo, chamo-me Ganímedes,
E chegando onde hoje estou, aguardo de bom grado as garras da águia.
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