domingo, 6 de novembro de 2011

O Sem-alma.

Lá vai ele, lá vai
Perambula pela Terra querendo comida
Querendo água, querendo paz
Guerreando contra a ditadura do tédio
O algoz insuportável
Não grita, não chora
Não sorri, não enxerga
Contra o tórax bate uma pedra
Levando seu sangue
Roubando seus meios
Não há laços com esses ou aqueles
Nem mesmo a mulher que lhe deu os seios
O olhar falecido de nascença não fala
Munido de perfumes e falácias
E os sorrisos graciosos guardados na mala
De porta em porta
De tempos em tempos
Apontam-lhe os dedos, começam a julgar
Se vê como destino, refazer n’outro lugar
Caminhando pelas pedras, adiante, uma clareira
Logo, um penhasco, acima uma ameixeira
A vida ficou sem motivo, de repente
O tédio lhe estrangulou o ser como uma serpente
O céu responde ao sem-alma
Nunca haverá silêncio, nem paz, nem calma
A certeza lhe vem: Sua vida é uma droga
Abre os braços e...

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