sábado, 29 de janeiro de 2011

MonoTexto 10 : Espelho.

É o que o espelho me revela:
Tenho a aparência ensopada, pareço ter vindo da chuva
Cabelos, olhos e até as roupas
Pele branca, pálida, fria, solitária
Me vejo distante, não tenho como me encarar nos olhos
Estes mesmos que saem em busca do ambiente em que estão
De maneira tão, mas tão estranha que chama a atenção
Eu pareço estar morto
Na verdade eu tenho asma, a cada segundo suspirando por vida
Me recolho tentando achar as respostas nas núvens pela meia-noite
Procuro nessa imagem refletida agora, as asas que tenho certeza que estão aqui
Cadê? São invisiveis por um acaso?
Não fazem parte de minha fé, apenas de mim mesmo
Mostrando a diferença que ninguém consegue enchergar
Me fazendo abaixar a cabeça e simplesmente retornar para o meu quarto
A pé!
E me deixando, mais uma vez, com o espelho como única opção
Me obrigando a olhar cicatrizes, sedas superficiais e até algo singelo
Que pode ser tão falso quanto a natureza humana que tento aprender como uma criança imita um mímico
Talvez eu seja mesmo é obsecado por esse pedaço de vidro inútil pendurado na minha parede.

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