terça-feira, 8 de dezembro de 2009

A possibilidade da reescrita.

Sim, aqueles olhos estão me dando a atenção que não quero. Aqueles lábios se mechem e palavras são repassadas para expressarem alguma piadinha infeliz. Aqualas cabeças acompanham os meus passos, procurando por manifestações de algo que não tenho culpa. Tomara quem venham a ter torcicolo! Estão espalhadas pelas minhas trilhas. Olhares impiedosos que me atiram balas de indiferença. Meu escuto talvez me proteja, ou, para falar a verdade, talvez já me adaptei aos ferimentos ou isso já não é tão importante.
Eu sei, sei que são apenas figurantes na minha vida solitária. Parte de uma paisagem que eu não queria voltar a ver. Sei que não devo dar atenção, mas elas continuam. Sua curiosidade e malicia me enchergam. Me observam, falam, prendem-se a mim como sanguessugas. Comentários, comentários, comentários. Isso acaba me deixando sufocado, preso. Queria que isso fosse pelos ares. Oh, a rosa de hiroshima!
A liberdade que eu corro atrás como o essessial para uma vida humana, eu queria tê-la o quanto antes. Obter a comunicação com criaturas que falem minha língua, que entendam toda uma mente perturbada por zumbis que andam pelas ruas livremente, sedentos por vida alheia. Não suporto mais estar aqui.
Quero correr,sair e encontrar o meu lugar. Voar como um soberano, pairando pelos ares em busca de mim. Embusca da minha vida que se esvairiu neste lugar. Poder chorar e cantar as lamúrias de uma solidão passada, mesmo com o temor de que ela volte. Quero ter o direito de refazer tudo, recriar, reorganizar e esquecer. Ver o meu redor com outros olhos, outros sentimentos. Perceber quem está perto e esquecer aquelas criaturas ordinárias que um dia, perderam sua vida para se dedicar a dos outros. Anceio por isso, mas por enquanto, sentar-me e esperar é o melhor feito para mim. Talvez me esconda ou me mostre demais... Ou talvez não aguente a espera. Mas ainda sim, tenho esperanças. Sinto que o dia ainda chega. A liberdade está vindo!

Um comentário: