Que venham as sombras, o frio e o luto.
Que venham as lágrimas que dão forma à dor.
Que venham os soluços que desnudam o sofrimento.
Que venham os dias de garganta apertada.
Que venham a cola e os curativos.
Que venham os corvos e urubus.
Que também venha o preto da conformação.
Dê-me morte, por favor! Chama-me sádico, louco ou mau,
mas dê-me morte.
Deixa-me ver o amor sangrar, gritar e apodrecer. Eu quero
morte!
Deixa-me sentir o cheiro do putrefo que sobrar. Eu quero
morte!
Deixa-me involucrar das sombras e do frio. Eu quero luto!
Deixa-me ver as lágrimas, elas dizem o que é dor. Eu quero
morte!
Deixa-me cansar pelo choro denunciado. Eu quero morte!
Deixa que pousem corvos e urubus.
Deixa que limpem tudo.
Eu quero morte!
Só, por súplica, leva esse “e se” para longe de mim. Amor que respira isso não vive, vegeta.
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