quarta-feira, 21 de novembro de 2012


Minhas palavras são esguias, eu sei.
Escorregadias também, não é?
Eu também sei.
Desculpe, é que não sou muito bom após os limites de mim mesmo. Aqui dentro, tudo faz sentido.


terça-feira, 20 de novembro de 2012

Palavas são a minha virtude.
Pessoas são ingratas.
Agora, será 1g de frases por 1 kg de "muito obrigado".
Pagamento adiantado, por gentileza.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Desbrinde à vida.


Às vezes, eu canso de tentar. Eu caí aqui de para-quedas, sem bagagem nenhuma e sem ao menos uma recepção de boas-vindas. Ando pelas trilhas desse mundo numa bolha isolante. Tento arrancar um sorriso meu ao ver os outros, mas é muito complicado. É frustrante ver que, para eles, é tão simples, tão fluente. E ainda te vêem como um completo estranho, te marginalizam por ter uma diferença astral. É quando você se sente a pior das criaturas. Não há palavras, não há olhares, nada! O que fica é a perda de tempo. Sim, porque é quando você desperdiça umas boas horas, com a falsa esperança de que tudo vai mudar daquele instante em diante. E é nessa cena que entra a realidade, como um trator, sem piedade alguma. Destrói tudo. Olha, devo confessar que, a essa altura, às vezes nem dói tanto assistir tudo de braços atados, trabalhando apenas a favor da gravidade. Mas as forças se vão. Se vão e deixam um vazio enorme como recompensa por não blasfemar contra do destino. Há dias em que esse baque é leve o suficiente para que eu não chore, mas há outros que fico estirado ao chão, tentando ao máximo não me mover nenhum pouco, pois só o fato de respirar dói o bastante. É aí que geralmente olho para o céu e faço uma pergunta: “O que queres de mim, Senhor?”.
Os dias de me perguntar constantemente o que tudo significa ainda não se foram. Eu não entendo esse mundo. Parece que o DNA humano não configurou muito bem com meu espírito esquizofrênico, diferente, distante. Eu vivo pra desvendar as pessoas, vivo para tentar achar uma brecha nessa bola de aço maciço em que vegeto, e que me impede de viver em comunhão total. Ela me proporcionou uma individualidade fora do comum; sinto que por mais que eu mostre todo um jardim que cultivei durante toda a vida, os outros nunca vão parar para enxergar. Há muitos instintos guiando essa espécie e acabam por ser mais individualistas do que eu. Os interesses corrompem as relações, deixando momentos de felicidade descreditados. O amor é vivido em migalhas, diante de muita coisa desnecessária. Há um peso por amar. Há o preço que o amor paga em sangue pelo próprio individualismo e o individualismo alheio. Culpa apenas da evolução.
Já tentei sobreviver aqui, em minha forma natural. Estive, durante muito tempo, com o espírito acima da carne. Mas isso despertence à realidade desse mundo. Há tantas adagas voando em todas as direções que estava insuportável viver desse jeito, e a escolha foi feita. Caso eu não me adaptasse, não suportaria muito tempo. Sinto que há algo a fazer aqui, algo grandioso, pelo menos pra mim. Mergulhei na poça de lama. Sendo melodramático, mas não menos realista, talvez seja esse meu último suspiro. Seja essa a mão que eu estendo à vida neste planeta, o último esforço que faço para conseguir ficar de pé e continuar. A lama, que hoje impregna meu corpo, é a proteção que lanço à minha alma, já que, aparentemente, não há pele e ossos suficientes para comportá-la.
Todos esses problemas seriam resolvidos por um mediador. Há alguém que o destino sugou para longe de mim. Há alguém que deveria estar aqui, mas não está. Esse alguém seria meu mestre, assim penso. Sinto que não aprendi a respirar os ares daqui, não aprendi a suportar o peso constante sobre a cabeça, não aprendi a usar meu corpo. Isso é doloroso demais. Tenho que aprender tudo na marra, sozinho. É aí que as noites vêm e me mostram que estou muito só. Há manhãs que vejo o céu, pergunto por respostas; pergunto quando estarei completo novamente. Não sei se encontrarei o fio que unirá todas as minhas partes como se deve, quem sabe não está em alguma esquina?
O caminho está mais nublado a cada passo. E eu morro de medo. Tenho medo por não enxergar, por não ver onde estou pisando e onde meus passos vão me levar. Tenho medo de me deparar num lugar estranho. Se bem que é tolice de minha parte, já que eu sou o retrato nítido, em 3x4, da diferença. Mas o medo é uma das emoções humanas e eu sou humano agora. A lama pode me deixar mais vulnerável, então, já que não tinha tanto medo dessas estradas antes. No mais, aos dias, vou arrumando a mala. Deixo-a preparada, embaixo da cama. Algum dia eu terei que voltar, já que aqui sou estrangeiro. E tenho que confessar, de coração aberto, que sinto muita saudade – nem sei de que, exatamente, mas sinto. 

quarta-feira, 7 de novembro de 2012


Não gosto de ouvir as vaidades alheias,
Meus ouvidos estão cansados demais para trabalhos desnecessários;
Muito menos a gabança de uma vida recheada de tantos tesouros terrenos, desprovidos de brilho e de densidade;
Ainda, não suporto futilidade de uma estética fria, superficial e encalhada numa auto-aclamação permanente, na sede de se suprir uma cômica carência de aceitação.
Quero apenas o que for meu por direito. Sim, pois um trabalho tão árduo de procurar diamantes em meio às pedras secas, que se esfarelam ao toque, me dá pleno direito sobre as raras jóias que encontrar pelo caminho. E ai de quem tentar tomá-las de mim! Ai!

domingo, 4 de novembro de 2012

De Verão.



Me ensina a brincar contigo, menino
Espera eu me transformar,
Me diz como me despir de mim
E ir pro mar, vagar.

Não sei andar como teus passos,  menino
Talvez eu não precise igualar,
Confia teus segredos a mim
Pra gente poder amar.