O último verso de uma poesia é o livro que se fecha. Bem como
um sonho ao amanhecer, não passa de mero esquecimento.
Hoje, meus passos vêm a sós. Pés calejados e mãos feridas de
um esforço desumano em troca de nada. Não que eu veja o amor como uma guerra,
mas me pego vestido para o campo de batalha. Daria um rim por qualquer armadura
que me fornecesse um pouco mais de equilíbrio.
Tudo em ti, agora, me afugenta. Traz a raiva e a mágoa. E o
amor que tive, agoniza. Como sempre me colocaste, eu ainda estou balançando por
entre um vale de incertezas. Tão perdido que nem ao menos saio do canto. Quem
me vê imóvel, enxerga a comodidade de uma certeza que ainda não me cabe; mal
sabem, estou entre a cruz e a espada.