E desceu do céu como um raio
De brancura pálida e nítida pureza
Procurou seus caminhos com dura aspereza
De um rei arrogante que olha de soslaio
De mala branca e cuidado exagerado
Pisava o chão com todo o cuidado
Num mundo de tintas, ele caía
Por sua brancura, agora, temia
Porém, esquecera sua coroa
E a altura na qual se entronava
Vivia a se esquivar das cores à toa
Esse martírio, dele, açoitava
E os dias traduziram-se em máculas
Seu branco, todo traído
Seu ego, real e arrogante, moído
Aborreciam o pobre crápula
Em cada cômodo que entrara
Saíra com marcas por toda parte
Chorou sua cor usurpada
Não conseguia sorrir sua arte
Nem coroa, nem branco
Nem trono, nem rei
Nem ego, nem lei
Nem puro, nem alanco
Manchas e cores
Agora humano
Num colorido arcano
Num viver sem pudores
Estar vivo é uma troca
Não se perde, nem se ganha
A transformação é a façanha
Quando a vida nos toca
Ao término do ciclo
Voltou ao céu como veio
Mais leve, mais belo
Seu rastro foram 7
Um arco-íris